Processo de fabricação

Do plantio ao envase.

A cana de açúcar é cultivada na propriedade da empresa, garantindo uma plantação sob controle e livre de agrotóxico. A terra é preparada com adubos orgânicos, com análise dos componentes do solo. Existe uma infinidade de tipos diferentes de cana de açúcar cultivadas no Brasil. Dentre as características na escolha do tipo de cana-de-açúcar, além de uma boa produção de sacarose e a empresa optou pela CB 47-355 e levou-se em consideração:

- Capacidade de brotação no período de seca;
- Capacidade de perfilhamento;
- Velocidade de crescimento e fechamento das entrelinhas;
- Porte ereto das touceiras;
- Despalha espontânea dos colmos;
- Uniformidade de altura e diâmetro dos colmos;
- Resistência às principais doenças e pragas de importância econômica;
- Ausência de florescimento;
- Ausência de joçal.

O Canavial recebe após a safra, os resíduos provenientes dos estágios de produção, bagaço e vinhaça, que além de utilizar como adubo, não agride o meio ambiente.

A colheita é feita normalmente no final do mês de maio de cada ano, com duração entre dois a 3 meses quando a cana sacarose atinge seu ponto máximo, o corte é feito com sistema mecanizado, deixando aproximadamente 10 cm do solo, visando favorecer a brotação da soqueira. A folhagem da cana também é cortada no próprio canavial ajudando a manutenção da umidade do solo e ajudando no processo de adubação natural do solo.

A moagem é um processo de extração do caldo que consiste em fazer a cana passar entre três rolos com uma pressão pré-estabelecida aplicada a eles. A moenda deve extrair o caldo como também produzir bagaço no final do processo com um grau de umidade que permita sua utilização como combustível no alambique de destilação. Normalmente se gasta entre 30 a 35% do bagaço da cana de açúcar como combustão e o restante volta como adubo orgânico para o canavial. A moenda é normalmente formada por dois ternos em série. Após a passagem pelo primeiro destes termos, a proporção de caldo em relação à fibra cai de aproximadamente sete para algo entre 2 a 2,5, ficando difícil extrair este caldo residual; o artifício usado é o segundo estágio da moenda, retirando o resíduo do caldo quase que na totalidade.

Durante o processo de moagem, o caldo após coagem apresenta um pequeno percentual de resíduo sólido que necessita de decantação para que seja eliminado, evitando possíveis danos durante a fermentação. O caldo passa por dorna com várias colunas estacionária de decantação. Em seguida segue para as dornas de homogeneização, para padronização do percentual de sacarose (Brix), preservando a vitalidade permanente das leveduras na fermentação. Como o teor de brix pode variar em cada quadrante no canavial, o processo de homogeneização garante um mesmo teor de sacarose. Os ajustes são convertidos para um teor de açúcar a 16% de brix, utilizando água filtrada como instrumento de ajuste. Um canavial em pleno estágio de brix pode gerar intensidade até 22%.

A partir desse estágio considera-se como ponto primordial o controle rígido dos processos, como diferencial para obtenção dos vários componen- tes de uma cachaça de boa qualidade.

A fermentação espontânea do caldo já ajustado em 16% é aquela realizada exclusivamente por microrganismos provenientes da cana-de-açúcar encontrada no local de produção. Ao encontrar as leveduras selecionadas presentes nas dornas de fermentação, serão as responsáveis pela transformação do açúcar em álcool e no desenvolvimento de aromas secundários durante o processo de fermentação.

A ação das leveduras na fermentação faz com o teor de açúcar seja reduzido a 0% de brix. Neste momento encerra-se o processo de fermentação e as leveduras se estaciona no fundo das dornas, aguardando uma nova produção. As dornas são construídas de maneira que o final do mosto já fermentado não seja desviado para o alambique, preservando as leveduras para as produções seguintes. Entre diversas cepas de leveduras, encontramos numa fermentação controlada a participação de bactérias lácticas, que contribuem para a formação do bouquet aromático da cachaça e a baixa presença de bactérias acéticas, principais responsáveis pela acidez da bebida, que em excesso é indesejável.

Os resultados produzem uma cachaça marcada apenas pela atividade de leveduras nativas da cana e com um perfil sensorial rico e dentro de parâmetros regulares quando comparada com produtos oriundos de processos sem rigoroso controle.

O mosto fermentado, a partir de agora denominado vinho, está pronto para ser destilado e dar origem à cachaça. O processo consiste em fazer ferver o vinho dentro de um alambique de cobre, produzindo vapores que são condensados por resfriamento, transformando em cachaça.

A cachaça de cabeça, obtida na fase inicial da destilação, é rica em substâncias mais voláteis, não recomendadas para fazer parte de uma cachaça de boa qualidade, sendo portanto, segregada e descartada. Na prática, os produtores consideram que essa fração corresponde de 5 a 10% do total destilado. A cachaça do coração, a segunda fração destilada, é a cachaça propriamente dita, ou seja, aquela de qualidade elevada. Esta fração corresponde de 75% a 85% do total do produto destilado. A cachaça de cauda, ou "água fraca", apresenta um maior teor de substâncias menos voláteis e indesejáveis, que também é segregada e descartada.

Após a destilação, para eliminar a presença do cobre, a cachaça passa por uma etapa de filtração especial, sendo então enviada para o envelhecimento.

Constituindo-se no processo que aprimora a qualidade de sabor e aroma das bebidas, o envelhecimento é a etapa final da elaboração da cachaça artesanal. A estocagem é feita em barris de carvalho que conferem ao destilado um tom amarelado e produz um aroma característico, deixando a cachaça mais suave, adocicada e/ou perfumada, dependendo do tempo de envelhecimento.

Para as cachaças comercializadas na cor incolor (Prata), o processo de envelhecimento é realizado em tonéis de aço inox.

Após o período determinado para o envelhecimento com duração mínima de 6 meses, a cachaça está pronta para ser engarrafada, tanto em tonéis de aço inox, quanto envelhecida em tonéis de madeira.

A Cachaça Vista Verde possui padrão de percentual de álcool em 40 °GL / % Vol. Antes do enchimento das garrafas, portanto, há necessidade de fazer esses ajustes.

Durante o processo de envelhecimento, a cachaça perde uma pequena parte do teor alcoólico. O teor médio antes do envelhecimento, é feito através de água filtrada e destilada, garantindo que não haja nenhuma contaminação de microorganismos e metais provenientes na água mineral.

Após ajustado em 40 °GL / % Vol., a cachaça passa por uma última filtragem e é envasada pro sistema automático, sem contatos manuais.

Em seguida, as garrafas recebem os rótulos, de acordo com as especificações de cada uma delas.